Se por um lado alguns grupos buscam a todo custo aplacar a culpa de todos os males do mundo ao agronegócio, vemos crescer o número de pessoas que reconhecem a importância do agro. Isso fica claro nas campanhas eleitorais que se aproximam, no aumento do número de empresas que anunciam e identificam seus produtos como do agro, na novela que vem parando o país mesmo sem o apelo dos corpos nus presentes na primeira edição de Pantanal.
Esta semana, com o início de fato das campanhas eleitorais, foi possível ver que todos querem um “agro para chamar de seu”. E que bom que é assim. O Brasil é um país que depende da economia agroindustrial, de onde vêm quase 30% de suas riquezas. Mais do que um número, este índice representa empregos e renda para a população, é resultado de muita tecnologia e inovação, é responsável por produzir alimentos, fibras e energia para mais de 100 países no mundo.
Não tem como, em sã consciência, ignorar a importância que este segmento tem para o país. É preciso deixar de lado falsos conceitos e parar de generalizar os problemas que existem. Se há ilegalidades cometidas por pessoas ou empresas ligadas ao agro, elas precisam ser combatidas de forma eficaz e pelas instituições competentes. Ao mesmo tempo, é preciso estimular o desenvolvimento do setor por meio de políticas públicas voltadas para infraestrutura, capacitação de pessoas e promoção de mercados.
Restaurar a imagem positiva do Brasil rural é essencial para atenuar a dicotomia instalada no país. O agro gostem ou não, é um sucesso de audiência, traz um pouco sobre o que acontece no interior do país, com problemas e conflitos, sim. Mas também com muita inovação, tecnologia e riquezas.
Assim como acontece em todos os segmentos econômicos, dentro do agronegócio há crimes e ilegalidades cometidas por pessoas interessadas apenas no resultado individual. Bem diferente da maioria das pessoas que representam o agronegócio. Além da preocupação com o cumprimento das leis, grande parte dos produtores rurais pertence a entidades de classe que buscam o desenvolvimento das atividades de forma justa e legal, lutando por direitos e levando conhecimento a seus associados.
Essa política de classe existente dentro do agro é responsável por colocar de pé institutos de pesquisas, centros de capacitação de mão-de-obra, organizar grandes eventos tecnológicos, por mensurar dados e informações para o mercado, por ser interlocutor da categoria junto a governos e empresas.
É tempo de resgatar a boa política, o orgulho de ser agro, a integração entre campo e cidade, os valores do que é certo. Independente de partidos políticos, o agro tem a oportunidade de se comunicar. Positivamente.
*Por Luciano Vacari é gestor de agronegócios e diretor da Neo Agro Consultoria e Comunicação