Ainda faltam quatro meses para o primeiro turno das eleições, que acontecerá dia 02 de outubro. Também falta mais de um mês para o dia 05 de agosto, data limite para que os partidos apresentem seus candidatos e para que, de fato, as campanhas eleitorais comecem. É tempo de preparar os planos de governo para os próximos 04 anos. Tempo de planejar e assumir compromissos!
Algumas cadeias da agropecuária nacional começam a estruturar e apresentar seus projetos e demandas para os candidatos, especialmente nos governos estaduais. É cedo para fazer isso? Ou quem ainda não fez está atrasado?
Entre um tempo e outro, o fato é que há uma janela importante para que as lideranças, entidades do setor e para que as empresas apresentem as demandas das cadeias nas quais estão inseridas. Em um país continental, como é o caso do Brasil, com 27 Unidades da Federação, as agendas levam tempo para serem construídas e consolidadas.
Além das demandas, com a complexidade nacional, há uma grande oportunidade também para que os candidatos e partidos enxerguem como as parcerias públicos privadas podem alavancar o crescimento econômico e o desenvolvimento da produção de alimentos, fibras e bioenergia, afinal nenhum governo conseguirá fazer nada sozinho, digo, sem a participação da sociedade organizada.
Alguns exemplos já podem ser mapeados, como por exemplo, o diagnóstico das áreas e campos que necessitam de investimentos em pesquisa, afinal temos a EMBRAPA. Mas, quais são as soluções? Há espaços para alavancar a pesquisa liderada pela iniciativa privada? Quais as informações que os pré-candidatos precisam ter em mãos?
Outro exemplo é a questão do crédito. Estamos à véspera de um novo plano safra, com grandes desafios de equalização de taxas de juros. Para 2023, quais as possibilidades para as novas linhas de crédito? Seguro rural? Complementação de recursos com capital privado? Há muitas!
Temos ainda a questão da reforma tributária. O produtor rural tem um verdadeiro sócio oculto chamado custo Brasil, que se apodera de grande parte da renda do produtor, onerando todas as etapas produtivas, desde a aquisição de insumos, no transporte, na mão-de-obra. Enfim, otimizar o sistema tributário e investir em infraestrutura é fundamental e precisa ser constante.
Os setores e as cadeias produtivas que estão estruturando as suas demandas e propostas, poderão inserir nas promessas e planos dos candidatos suas dores e também, de maneira organizada e principalmente republicana, suas estratégias de crescimento.
Estamos em um momento oportuno, para que as diferentes cadeias recebam a atenção dos candidatos. Mas é preciso uma boa estruturação, propostas claras, técnicas e bem definidas, afinal um bom projeto é o primeiro passo para o desenvolvimento.
Temos entidades maduras e canais de conversação formais, públicos e estabelecidos.
É preciso conversar com todos os lados. Por que não? Afinal, política é a arte do diálogo, do convencimento, e mais do que isso, é a ferramenta de transformação.
Luciano Vacari é gestor de agronegócios e diretor da Neo Agro Consultoria & Comunicação