A segurança alimentar exige tecnologia

por Luciano Vacari

por Luciano Vacari

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin

A tecnologia é o grande trunfo do agronegócio brasileiro. Os investimentos por empresas públicas e privadas em pesquisa, qualificação profissional e inovação, aliados ao arrojo do produtor rural, possibilitam ao país superar os índices produtivos de grandes potências agrícolas, como os Estados Unidos, por exemplo.

Para se ter uma ideia, segundo dados da Embrapa, na safra 2019/2020 o Brasil produziu em média 3.379 quilos por hectare (kg/ha) de soja, contra 3.187 kg/ha produzidos pelos Estados Unidos. E o crescimento é contínuo, para superar a falta infraestrutura de transporte e a alta carga tributária, os produtores precisam se reinventar, melhorar cada vez mais seus índices de produtividade e oferecer commodities de forma competitiva no mercado mundial.

Estes ganhos são possíveis devido à constante renovação. Todos os dias novas tecnologias são apresentadas, como sementes de alta performance, máquinas agrícolas automatizadas e conectadas em rede e um mercado globalizado, dinâmico e sem fronteiras.

Mas nem tudo que é revolucionário precisa ser novo. O setor de insumos agrícolas passa por uma verdadeira revolução com os produtos biológicos de controle, os chamados BPC. A origem dos bioinsumos remonta desde a antiguidade, se confundindo com a própria história da agricultura. Mesmo com um alto custo de investimento inicial e o elevado conhecimento técnico altamente difundido sobre a tecnologia, o PBC coloca a agricultura nacional mais uma vez à frente dos concorrentes.

Com a profissionalização no campo, os produtores estão mais capacitados e investindo em assistência técnica de qualidade. Isso permitiu que os biológicos passassem a ser desenvolvidos e manipulados dentro das propriedades, de acordo com as necessidades e volumes de cada um, com segurança biológica e viabilidade dos micro-organismos, afinal não tem toda a logística da indústria para a propriedade.

Ainda, à medida que cresce o uso dos insumos biológicos produzidos com qualidade, ocorre a redução do uso dos insumos químicos, reduzindo a dependência do Brasil das importações desses materiais.

Neste contexto, cresce a necessidade de regulamentar o segmento para dar as devidas garantias e certificações para que o ambiente seja seguro do ponto de vista legal, sanitário e econômico. Tanto que o tema já está na pauta da agenda pública do Congresso Nacional e do Ministério da Agricultura. Essa é uma discussão que precisa envolver todos os agentes, academia, indústria, produtores, consumidores, juristas e políticos para produzir uma legislação moderna, coerente, aplicável e que resguarde o interesse de todos.

A sustentabilidade vai além da taxação de produtos e da imposição de regras rígidas, está também na viabilização de novas tecnologias que assegurem a produção de alimentos para todos, em harmonia com a norma, com custos acessíveis e de forma rentável para produtores e indústrias. Isso é segurança alimentar.

*Luciano Vacari é gestor de agronegócios e diretor da Neo Agro Consultoria

Veja mais artigos de opinião​

Vontade política

A pouco menos de 1 ano, o governo do Estado do Pará surpreendeu a todos os envolvidos na cadeia de valor da carne bovina do Brasil ao lançar o Programa de Integridade e Desenvolvimento da

Ninguém faz nada sozinho

A sociedade civil é dividida em 3 camadas, o 1º, o 2º e o 3º setor, sendo, por ordem, a administração pública, as empresas privadas e as instituições sem fins lucrativos. No primeiro deles, temos

Pontas soltas.

Todos os dias desatamos nós que nos impedem de seguir o caminho planejado, atrasando o processo e tornando o produto ou o serviço mais caro. Pior ainda é quando ao invés de nós, nos deparamos