Chegou a Páscoa. Independente da crença ou religião, é uma data muito simbólica. Simboliza a renovação, a celebração de que a luz afasta a escuridão. A Páscoa em 2022 é ainda mais profunda, pois o mundo vive uma guerra, com pessoas morrendo por uma disputa política, mas qual não é?
Além do leste europeu, os afetados de maneira muito mais intensa e cruel, a população mundial tem sofrido com isso. O principal impacto, em nível mundial, é a inflação. O medo da alta acelerada dos preços é muito comum para os países mais pobres, especialmente os da América Latina. Porém, o que a guerra está trazendo é uma alta de preços generalizada.
Vejam, mesmo nos Estado Unidos, a inflação atingiu 8,5% em março/22, no acumulado de 12 meses, maior índice desde 1981. Alta puxada principalmente pelos alimentos e energia. Esse fenômeno econômico resulta em perda do poder de compra da população mais pobre. No Brasil, não apenas pela guerra, mas também resultado da pandemia. Aqui, houve um aumento de 31% da população de rua.
São pessoas que não têm onde morar e não têm condições econômicas mínimas para se alimentar com saúde, para não dizer com dignidade.
Milhares de iniciativas se movimentam em doações de alimentos, não resolvem o problema, mas apontam para um setor chave de transformação, renovação e de fé: o agronegócio.
O ovo de páscoa por exemplo. O chocolate, o açúcar, o leite que dá cremosidade. Tudo isso é agro. E será do agro que virá a renovação. Cabe ao agro, neste domingo de Páscoa, a reflexão sobre o seu papel na sociedade.
Precisaremos, como já foi feito em outros momentos, do agro, um setor que investe em tecnologia para aumentar a produção e gerar produtos de mais qualidade, com menor preço relativo e com preços mais estáveis ao longo do ano.
Precisamos da renovação dos milhares de empregos e impostos gerados em um país onde quase 30% do PIB tem relação com o setor.
Voltando ao exemplo do ovo de páscoa que reúne milhões de famílias de produtores rurais. O produtor de cacau, seja ele na Bahia ou no Pará, em sistema produtivo que concilia produção com biodiversidade e bioeconomia. Os produtores de leite, que renovam a sua fé todos os dias, madrugando para a primeira ordenha.
Temos os produtores de açúcar, uma cadeia que representa não apenas o doce, mas a energia renovável e uma alternativa importante para um mundo com menos emissões de gases de efeito estufa. Uma cadeia produtiva que movimenta a frota logística não só de alimentos.
Essa é a fé que temos e esperamos do agro. Fé, que quem é produtor sente em cada momento que coloca a semente no chão, na confiança que a chuva irá começar.
Que seja um momento de paz, renovação, alimentos acessíveis, tecnologia e cooperação. Feliz Páscoa.