Uma noite de festa. Uma piada. Um tapa. Para muitos, este é o enredo da festa de premiação do Oscar deste ano. Mas também pode ser um dos muitos capítulos do agronegócio brasileiro. Campeão em produção e produtividade, o setor é constantemente alvo de desinformações, notícias infundadas e, no ímpeto, muitas vezes se defende aos berros com notas de repúdio, fechando portas e até ofensas.
O agro vem ao longo dos últimos anos construindo uma narrativa positiva, profissionalizando a comunicação e se posicionando perante a sociedade. Os resultados são nítidos. Se antes, os conteúdos ligados ao setor estavam restritos aos jornais especializados, hoje os grandes veículos de imprensa de alcance nacional, todos já têm cobertura do agro. O espaço foi conquistado, agora é preciso expandir fronteiras.
E esse processo de expansão de fronteiras precisa ser feito com elegância, sabedoria e planejamento. Há muitas críticas sem fundamentação científica contra o agro. Mas, adianta responder com um tapa em quem escreveu? Não adianta o setor, ao se sentir injustiçado, agredir. Seja a cantora Anitta, a Master Chef ou mesmo o terceiro setor. O caminho é outro, ou vamos incorrer no mesmo erro do ator Will Smith, que em seu momento de glória, mesmo estando certo, perdeu a razão.
Mas temos bons exemplos a seguir. Ao sair do Ministério da Agricultura, Tereza Cristina deixa como marca, além da competência, a cordialidade e o diálogo. Com elegância e muita habilidade, aos poucos construiu uma imagem verdadeira e positiva do setor.
Vejam o caso dos defensivos. Quando a ministra chegou à esplanada, choviam notícias contra os agrotóxicos. E, pouco a pouco, com esclarecimento, trazendo cientistas, conseguiu dialogar com formadores de opinião, trazer luz ao problema e apresentar a verdade. Ainda existem notícias deturpadas? Sim! Mas a quantidade despencou. E mesmo as manchetes já amenizaram o tom.
O setor recebe críticas? Muitas! Piadas infundadas e até ofensivas? Demais! Mas não é colocando o agro contra a cidade ou o agro contra o urbano que a situação será resolvida. Não adianta acusar os jovens da avenida paulista de não terem ideia do que é viver no campo. Sensibilizá-los é o caminho.
Vamos convidar o urbano a conhecer o agro, ser o protagonista da nossa história. O agro precisa do urbano, está cada vez mais tecnológico, estruturado e conectado. Do mesmo modo, a cidade precisa do agro. E não é só na mesa. O agro gera emprego, movimenta a economia, investe em inovação.
Não podemos deixar que aqueles que agridem o setor, virem vítimas. Precisamos aprender mais com os exemplos como o da ministra Tereza, que de maneira diplomática, foi desatando os nós e saiu com elegância e pela porta da frente no seu último dia à frente do MAPA. Vamos vestir as luvas de pelica.