Por que incomoda tanto?

por Luciano Vacari

por Luciano Vacari

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin

 *Por Luciano Vacari

Sempre que uma alternativa produtiva é colocada em evidência no mercado, questionamentos começam a ser feitos sobre a eficiência, relevância, custos e impactos relacionados à utilização do recurso. É natural que seja assim e é importante, pois é da inquietude que vem a perfeição, ou a aproximação dela.

Com a agricultura irrigada não é diferente. Apesar de ser uma técnica extremamente antiga, estudos sobre o assunto passaram a ganhar mais adeptos em busca de melhorar os resultados no campo. E os dados impressionam. Aumento da produtividade, resistência aos fatores climáticos, melhoria de renda e até geração de empregos estão entre os principais argumentos positivos.

A modalidade vem ganhando corpo e pesquisadores, governos e produtores estão corroborando para que a técnica cresça no país. Apesar da liderança na produção de grãos, carnes e outros alimentos, o Brasil possui apenas 8% de suas lavouras com uso de irrigação. Um número muito pequeno perto do potencial existente.

A agricultura irrigada traz mais benefícios do que apenas ganho produtivo, em algumas regiões ela pode ser a única alternativa para a produção de alimentos, como é caso de regiões muito suscetíveis a secas. O que falta no país é uma legislação mais segura, capacitação e planejamento.

Com o respaldo legal, os produtores rurais poderiam fazer investimentos para implantar a irrigação agrícola de forma realmente eficaz. Adotar o manejo de recursos hídricos, diferentemente do que muitos pensam, representa economia, tanto de água quanto de capital. A assistência técnica e o planejamento podem otimizar o uso dos recursos naturais de acordo com as necessidades de cada produção, evitando desperdício e melhorando o desempenho.

Estamos passando por um período de valorização no preço do milho e da soja influenciada, em parte, pela falta de chuva na época do plantio. Este aumento no valor dos grãos tem consequências em outras cadeias produtivas, como de carnes e energia e chega até os bolsos dos consumidores.

Com a adoção das tecnologias hídricas seria possível trabalhar com maior previsibilidade produtiva, evitar grandes impactos econômicos provocados pela escassez de produtos e ainda ampliar o total produzido para abastecimento interno e externo.

Precisamos colocar em pauta aquilo que tanto assusta, seja por falta de debate, conhecimento ou até mesmo preconceito. Estar frente a frente com o desconhecido pode ser uma oportunidade de ir adiante, e não motivo para dar um passo atrás. A agricultura irrigada traz segurança alimentar, equilíbrio na utilização dos recursos naturais, melhora a renda do produtor e gera empregos no campo e na cidade. É a definição perfeita de sustentabilidade, economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente correta. Então, por que incomoda tanto?

Luciano Vacari é gestor de agronegócios e diretor da Neo Agro Consultoria

Veja mais artigos de opinião​

Um salve ao serviço de defesa

O Brasil era o único, entre os grandes produtores de aves e ovos do mundo, que ainda não tinha sido acometido com a gripe aviária em granjas comerciais de produção, era. Infelizmente na última sexta

O tempo está passando.

Em dezembro de 2024 o governo brasileiro sancionou a lei 15.042 que instituiu o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). O texto aprovado pelo Congresso Nacional após vários anos

16.886 quilômetros

16.886 quilômetros, essa é a distância entre a nascente do Rio Ailã no estado de Roraima até o Arroio Chuí no Rio Grande do Sul, e correspondem à área de fronteira do Brasil. Ao todo,