O boi subiu, mas o milho subiu mais. Veja a análise.

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Ao longo da última semana, a Neo Agro analisou o avanço da produção, da produtividade e dos preços do milho. Impressionante o quanto os agricultores brasileiros investiram em tecnologia. A produtividade praticamente triplicou em cinco décadas e ainda houve uma melhor distribuição da produção ao longo do ano. Veja Aqui.

Neste cenário, esperava-se que os preços ficassem mais estáveis, mas não foi isso que aconteceu. A demanda aquecida, nacional e internacional, fez com que os preços aumentassem. Leia mais.

Chegamos ao valor de R$ 100 de média parcial dos preços para o mês de agosto, segundo Indicador Cepea. Como foi comentado, esses preços nem sempre significam aumento da renda para o agricultor.

Não representa renda para o produtor de milho, mas é motivo de grande preocupação para as indústrias de frango e suínos. E, neste momento, é também alerta para o confinador brasileiro.

Conforme apresentado pela imagem abaixo, os preços da arroba de boi gordo seguem em patamares elevados. De junho para cá, houve uma ligeira queda, mas na média mensal, também na parcial até o dia 13, os preços seguem acima dos R$315 para o Indicador Cepea/Esalq – linha vermelha da figura.

O que poderia indicar uma situação favorável para o pecuarista, pode não ser. Pois, do mesmo modo, os preços do milho também seguem recordes – figura azul. Ressalta-se que os preços nominais foram deflacionados pelo IGP-DI, de julho de 2021.

Fonte: Cepea, Elaborado pela Neo Agro

A situação é que os preços do milho subiram mais do que os preços da arroba. De tal forma que, em agosto, com a venda de uma arroba de boi gordo eram compradas 3,17 sacas de milho. Mas o que isso significa? Conforme apresenta a figura abaixo, desde 2013, esse é o menor poder de compra do pecuarista, frente aos preços do milho. E, com exceção de do período de 2006 e 2007, é a pior situação histórica.

Fonte: Cepea, Elaborado pela Neo Agro

Tirando os efeitos da sazonalidade mensal dos preços, a Neo Agro consolidou os dados para as médias anuais, já que muitos pecuaristas compram milho praticamente o ano todo.

Conforme ilustra a imagem abaixo, na média de 2021, até agosto, com a venda de uma arroba o pecuarista compra 3,33 sacas de milho. Este valor é 10% abaixo da média de toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2004. Desde 2012 que o poder de compra não é tão baixo, quando foi de 3,22 sacas por arroba. Em 2005, 2006 e 2007 também foram anos desafiadores para o pecuarista na compra do milho. Em 2015, o pecuarista comprava 51% a mais de milho do que compra atualmente. 

Fonte: Cepea, Elaborado pela Neo Agro

Os números apresentados anteriormente, de uma forma ou de outra, são sentidos pelos pecuaristas brasileiros. Elucidá-los e quantificá-los servem para demonstrar que o produtor precisa de gestão. Vejam como o poder de compra tem volatilidade não apenas mensal, mas também anual.

Nos próximos dias, apresentaremos a evolução da rentabilidade do confinamento nas últimas semanas. Você tomou a sua decisão no momento certo?

Acompanhe aqui! Semanalmente, a Neo Agro apresenta ferramentas estatísticas para isso.

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