Mesmo com um aumento na área plantada, a expectativa é que haja uma queda de produtividade, principalmente em função do atraso no plantio e estiagem durante a produção
Os preços do milho são a pauta do momento. Tem preocupado governantes, compradores do insumo e até mesmo os produtores, que veem suas safras com risco eminente de quebra. Clima, atrasos e mercado aquecido intensificaram a famosa lei da oferta e procura. Caiu a produção e a demanda para atender a produção animal aumentou.
O resultado dessa combinação, conforme ilustra a Figura 1, é o preço médio atingindo, em valores reais, deflacionados pelo IGP-DI, o patamar mais alto da história em um mês. Maio encerrou com média de preço de 100,71 reais (Indicador do Milho Esalq/BM&FBovespa).
Mesmo com um aumento na área plantada, a expectativa é que haja uma queda de produtividade, principalmente em função do atraso no plantio e estiagem durante a produção.
Na análise da Neo Agro, os preços nominais da série histórica foram transformados em valores reais, pois é importante para trazer todos os preços em valores de hoje. Assim fica mais fácil comparar. Dizer que o milho já custou 16 reais é verdade, em valores nominais, mas isso não pode ser comparado aos valores atuais. O comparativo fica mais aderente à realidade se considerado os efeitos da inflação – por isso que falamos “deflacionados”.
Voltando aos preços, a situação é mesmo preocupante. O menor preço médio mensal para o milho foi observado em setembro de 2014, a R$39,80 a saca. Menos que a metade no último mês. E, o preço médio para a série histórica do Indicador do Milho, iniciada em 2004, é de R$57,35. Ou seja: em valores reais, os preços atuais estão 75% acima da média histórica. Se considerado os últimos dez anos, a média de preço no milho ainda fica na casa dos 57 reais.
Muitos produtores têm procurado a Neo Agro com o seguinte questionamento: o que fazer? Ao longo dessa semana vamos apresentar a situação do poder de compra de avicultores, suíno e bovinocultores. Para suínos, maio registrou o pior poder de compra para o suinocultor de toda a série histórica do Cepea. Novamente, olhando para o passado, pós 2016 a situação da rentabilidade dos suinocultores não foi fácil.