A pecuária se transformou positivamente. Tem sido mais sustentável no seu conceito amplo, ambiental, social e econômico. O Brasil produz mais carne na mesma área, gera mais empregos e mais bem remunerados, além de todos os efeitos multiplicadores na economia, como impostos e PIB.
Como mencionado na última análise, essa transformação, resultado do aumento da produtividade, tem resultado em uma demanda por bezerros em ritmo mais acelerado do que a cria tem conseguido atender. Com isso, o bezerro está muito mais caro do que há alguns anos. Isso é um fato.
Qual a solução? As soluções podem ser várias. Mas podem ser sintetizadas em apenas uma palavra, produtividade. Não tem como escapar. É muito pouco realístico imaginar que com a venda de um boi gordo o produtor algum dia voltará a comprar três bezerros.
A base inicial para se falar em produtividade é um animal de alta performance genética. Não importa se o animal é angus, nelore, resultado de cruzamento por touros ou de inseminação artificial. Aquele bezerro cascudo e chifrudo pode sair muito caro para o produtor. Com insumos caros, um animal que não consegue ter uma boa conversão alimentar, pode ser o fator que determina o lucro ou prejuízo.
Além da genética, o histórico de vida do animal é determinante no seu desempenho. Algumas pesquisas da UFLA, por exemplo, demonstram que bezerros de vacas que passaram por deficiência nutricional durante a gestação, nunca atingirão os melhores ganhos de peso.
Entre potencial genético e lucro, existe algo muito importante: manejo. E nesse aspecto, a estação de monta tem sido muito importante. De acordo com a Embrapa, para quem está iniciando, a estação de monta pode durar até 120 dias. Mas, o ideal é que ela tenha duração de três meses, de outubro a janeiro.
A Embrapa defende o início da estação no começo do período das chuvas. Pois, de acordo com as pesquisas, nessa época o pasto é abundante e de melhor qualidade, o que é desejável para as vacas que precisam de boa nutrição no período pós-parto e de estabelecimento de nova gestação.
O momento é muito estratégico também, pois, após nove meses de gestação, os bezerros irão nascer no período seco e isso é bom que reduz a incidência de doenças como a pneumonia e o ataque de carrapatos, bernes, vermes e moscas nesse período.
Além da menor incidência de doenças, o fato é que esses bezerros, ao serem desmamados, já por volta de abril do outro ano, também tem um maior peso. Os bezerros mais pesados são exatamente aqueles produzidos durante a estação de monta. Em um cenário como o atual, comprar o bezerro na época em que eles têm maior peso, é chave para o sucesso da atividade.
Existe um outro fator importante sobre o momento da compra do bezerro. Justamente o momento em que os animais gordos devem sair da fazenda. Para aqueles que trabalham com a atividade exclusivamente a pasto, o final das águas, quando o bezerro está mais pesado é também quando os animais mais velhos tendem a atingir o peso de abate.
Ao vender para abate, o momento da reposição casa com a reposição mais pesada e também com o momento que o produtor tem mais fluxo de caixa. Casar a venda dos animais gordos, com a compra da reposição, também é extremamente estratégico. Em um outro momento falaremos sobre isso.
Qual o risco? Um bezerro chegar na sua propriedade e não sair em menos de 12 meses. Se isso acontece na sua propriedade, fique atento. É onde a sua rentabilidade pode estar sendo comprometida. Quer entender mais? Consulte a Neo Agro.