Após as exportações brasileiras da carne bovina registrarem duas quedas seguidas, em janeiro e fevereiro em comparação com o mesmo período de 2020, a receita decorrente das vendas internacionais em março foi maior tanto em relação ao mês anterior quanto no comparativo com março de 2020, totalizando US$ 615,8 milhões. As vendas do primeiro trimestre, entretanto, foram 5% abaixo do registrado em 2020, passando de US$ 1,6 bilhão para US$ 1,56 bilhão.
Em Mato Grosso as exportações registraram o mesmo comportamento, recuperação frente janeiro e fevereiro e em comparação com março de 2020, mas com valor trimestral abaixo do registrado em 2020. Em março, o estado embarcou o equivalente a US$ 142 milhões e de janeiro a março a movimentação foi de US$ 353,8 milhões.
Em volume, março foi de alta mensal, 37% a mais do que em fevereiro, mas queda 19% em comparação com março de 2020. Cabe destacar que, mesmo diante do menor volume, o faturamento decorrente das transações internacionais aumentou.
De acordo com Luciano Vacari, diretor da Neo Agro Consultoria, o impacto do novo coronavírus teve reflexos no mercado internacional da carne. “Em janeiro e fevereiro do ano passado, a pandemia ainda não atingia fortemente a economia mundial, por isso a redução mais acentuada na comparação com dois primeiros meses deste ano. Além disso, tradicionalmente as vendas de carne nos dois primeiros meses do ano tendem a ser a menores”. Outro fator que tem influenciado o mercado é a oferta de animais. Segundo Vacari, com a escala apertada nos frigoríficos e restrição de animais prontos para abate, os preços tendem a continuar em alta, que somado à valorização do câmbio e à retenção de fêmeas, conforme a Neo Agro publicou em março, provocam aumento de receita mesmo com menor produção em volume.