Emissão de gases de efeito estufa por bovinos cai 10%

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Nos últimos, a Emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) por bovino caiu 10%, de acordo com dados do Inventário Nacional de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (GEE). O levantamento aponta que a emissão por unidade animal passou de 62 quilos de gás metano (kg CH4/cabeça animal) para 56 kg CH4/cabeça animal entre os anos de 1990 e 2016.

A redução na emissão de GEE é uma resposta às adoções de tecnologias de baixa emissão de carbono, como recuperação de pastagem, integração lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta, sistemas integrados de nutrição animal e animais com maior aptidão genética.

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Figura 1: Emissões pela fermentação entérica de bovinos de corte e emissões por cada animal.

Fonte: Quarta Comunicação Nacional, 2020

De acordo com o diretor da Neo Agro Consultoria, Luciano Vacari, é preciso destacar o papel do produtor brasileiro nesta conquista. “O Estado, por meio de políticas públicas de incentivo à intensificação sustentável, como o Plano ABC e ABC+, e de pesquisas, incentiva. Mas, o produtor rural é o protagonista. É ele quem toma a decisão de adotar ou não as tecnologias”.

O estudo inédito presente no Inventário Nacional, resultado do trabalho da equipe da ministra Tereza Cristina em parceria com a Embrapa, traz ainda um levantamento sobre as emissões evitadas. Caso este conjunto de práticas sustentáveis não tivesse sido adotado, segundo o estudo, o volume de gases emitidos por animal teria aumentado e, se considerado o aumento do rebanho nos últimos anos, o impacto seria ainda maior.

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Figura 2: Emissões de Gases de Efeito Estufa evitadas pela adoção de tecnologias

Fonte: Quarta Comunicação Nacional, 2020

Contrapontos – Garantir a segurança alimentar para que as famílias tenham acesso a alimentos seguros e em quantidade adequada é um dos maiores desafios a ser enfrentado até 2050. A estimativa é que a população mundial atinja a marca de 10 bilhões de pessoas, com uma demanda de 70% mais alimentos, de acordo com a FAO. Paralelamente, além da segurança alimentar, o segundo maior desafio é a mudança climática.

“Interessante observar que a mudança do clima afeta todos os setores da sociedade, como infraestrutura, com a derrubada de pontes, por exemplo, e inclusive a área da saúde. Mas, um dos setores mais vulneráveis à mudança do clima é a agropecuária, pois a produção de alimentos, fibras e energia é uma indústria a céu a aberta”, destaca o diretor da Neo Agro Luciano Vacari.

Ainda segundo Vaccari, é importante destacar que o setor agropecuário tem um papel chave em relação à produção de alimentos e às mudanças climáticas. “Neste caso, todos os elos da cadeia têm assumido seu compromisso. A agroindústria, por exemplo, tem sido um grande acelerador ao apresentar suas metas e compromissos. Os produtores estão em busca de tecnologias para ampliar produção e reduzir os impactos socioambientais e o Poder Público atua como catalisador ao fornecer incentivos financeiros e patrocinar pesquisas”.

Diante de tais desafios surgem novas propostas de produção sustentável e já há mercados voluntários de carbono, com agregação de valor. “Hoje existem propostas como a Carne Carbono Neutro. Um protocolo desenvolvido pela Embrapa totalmente baseado em ciência, onde todas as emissões de GEE dos animais são neutralizadas pelo sistema produtivo onde ele é criado”, destaca Vacari.

Neste modo de produção, todo o metano que sai da digestão dos bovinos é neutralizado pelo carbono que as pastagens e também os eucaliptos sequestram da atmosfera. Vale destacar que mesmo o metano tendo um potencial de aquecimento muitas vezes maior que o carbono, este protocolo converte tudo em “carbono equivalente” e assim todo o metano é neutralizado.                      

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