Confinamento tem rentabilidade atrativa, mas ferramentas de gestão são importantes

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Os preços do boi gordo seguem em patamares recordes históricos, mas os custos de produção devem ser acompanhados com atenção, sobretudo neste período que antecede a temporada de confinamento. “Lucro é resultado da diferença entre o faturamento menos os custos e este é o principal desafio do confinamento em 2021, reduzir custos para garantir o lucro”, analisa o diretor da Neo Agro Consultoria, Luciano Vacari.

O estado de Mato Grosso é o maior produtor do Brasil em carne bovina, com o maior rebanho comercial do país e tem participação relevante no confinamento nacional devido à elevada disponibilidade de insumos, como milho e soja. Por isso, o estado será utilizado como base nesta análise da Neo Agro Consultoria.

Segundo os dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a cotação do boi magro tem variado entre R$ 4.200 a R$ 4.500, a depender da região. Nesse contexto, a Neo Agro conversou a especialista em confinamento Querlei Ebling sobre o desempenho dos animais neste sistema de engorda e sobre os custos produtivos.

De acordo com Querlei, um boi magro nelore de 420 quilos (kg), ou 14 arrobas (@), engorda durante o confinamento, pelo menos, 1,5 quilos por dia e alcança, ao final de 94 dias, um peso de 560 kg. Este ganho representa um rendimento de carcaça de 55,5%. Em síntese, em pouco mais de 90 dias haverá um ganho de 6,7 @, com o animal sendo abatido com quase 21 arrobas.

“Cabe ressaltar que já existem muitos casos de ganho de peso acima de 1,8 quilos no confinamento, assim como rendimentos acima de 57%. No entanto, optamos por um cenário conservador nesta análise”, destaca Querlei Ebling.

Segundo Querlei, o boi magro representa de 60% a 70% do custo do confinamento, mas neste momento a grande preocupação é com relação ao preço da ração. No norte do estado, a diária do confinamento está sendo cotada a R$ 16 por cabeça, considerando a saca do milho a R$ 70 a saca. Com a tendência de valorização do grão, o custo da diária tende a subir também.

Em número, durante 94 dias no confinamento e ganhando 6,7 arrobas, o custo por arroba produzida é de R$ 222. “Apesar do custo da arroba produzido no confinamento ainda estar abaixo da atual contação, é preciso considerar outros componentes importantes na formação de custos”, avalia Luciano Vacari.

Ao considerar o ágio da arroba de boi magro e outros custos envolvidos, como o protocolo sanitário no início do confinamento, o custo total desse animal gordo será de R$ 6.113. Com a arroba cotada a R$ 312, o confinador venderia o boi gordo por R$6.464.

Esse cenário permite algumas simulações, com a projeção de uma margem acima de 7% no período de três meses, quase 2% ao mês. “Neste início de maio, a arroba de boi gordo para outubro está cotada em 330 reais, para São Paulo. Por isso a simulação com os R$312, considerando o diferencial de base entre os estados. Mas até outubro, muita coisa pode mudar”, destaca Vacari.

“O confinamento é uma alternativa atrativa, pois permite acelerar o ganho de peso em um período de restrição alimentar para o gado. Porém, com um investimento dessa magnitude o produtor deve fazer uso de ferramentas de gestão, antecipar a compra de insumos e utilizar alguns recursos como o seguro de preços mínimos para o boi, preços máximos para o milho ou mesmo o hedge e operações no mercado financeiro para travar de preços futuros”, conclui Luciano Vacari. De acordo com o diretor, esse será tema da próxima análise da Neo Agro.

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