Confinamento tem rentabilidade ameaçada

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Em maio, quando a Neo Agro divulgou os custos e a rentabilidade do confinamento, o pecuarista trabalhava com a possibilidade de lucro de 7% sobre investimento. Agora em agosto, com a contínua valorização do milho, a margem está variando de zero a 4,9%, a depender do preço da diária. Foram considerados valores de R$ 17,50 a R$ 20.

O levantamento da Neo Agro considera as mesmas premissas técnicas apresentadas em maio, porém ajustando os preços de todos os insumos envolvidos, inclusive boi magro, a rentabilidade reduziu.  

Um boi magro nelore de 420 quilos (kg), ou 14 arrobas (@), engorda durante o confinamento, pelo menos, 1,5 quilos por dia e alcança, ao final de 94 dias, um peso de 560 kg. Este ganho representa um rendimento de carcaça de 55,5%. Em síntese, em pouco mais de 90 dias haverá um ganho de 6,8 @, com o animal sendo abatido com quase 21 arrobas.

Assim, em maio o custo da diária do confinamento estava sendo cotado a 16 reais por cabeça, resultando, como já mencionado, numa rentabilidade de 7% nos três meses de confinamento.

“Atualmente, na maior parte do estado de Mato Grosso, a diária do confinamento está cotada a 20 reais por dia. Este valor inviabiliza o confinamento. Com base nas premissas apresentadas anteriormente, e com a arroba sendo vendida a 315 reais, a rentabilidade é zero”, avalia o diretor da Neo Agro Consultoria Luciano Vacari.

Numa segunda hipótese, supondo a venda da arroba a 315 reais, mas com a diária a R$17,50 (sendo este um dos valores encontrados pelo Neo Agro em boitel em Mato Grosso), então a rentabilidade fica em 4,9% em todo o período e em 1,19% ao mês. Se o valor da diária sobe para 19 reais, o lucro no período fica em 1,9%, ou 0,46% ao mês.

“Em maio, sinalizamos para a importância das ferramentas de gestão. Aqueles que utilizaram são os que estão garantindo menores preços dos insumos, podendo também realizar boas travas para a arroba de boi gordo, gerenciando riscos. Agora, quem não pode antecipar a aquisição dos insumos, tem que reavaliar todos os prós e contras, pois a conta pode não fechar”, afirma Vacai.

Apesar da margem apertada, Luciano Vacari destaca a atuação situação hídrica do país, considerada preocupante. “A cada previsão divulgada pelo INMET vemos que a situação pode ser ainda mais grave nas próximas semanas. O cenário aponta para um atraso do início das chuvas e pecuaristas do Brasil inteiro enfrentam o desafio de ver muitos animais, alguns faltando apenas acabamento para abate, perdendo peso na estiagem”.

Segundo Luciano Vacari, em um cenário de grave crise hídrica, cabe ao produtor fazer conta também sobre a perda de peso dos animais durante a seca. “Existem diferentes estratégias de nutrição, seja o confinamento, semi ou mesmo tecnologia em suplementação proteica e energética e utilizar essas ferramentas podem ser a chave para a rentabilidade e sustentabilidade do negócio”, conclui.

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