Qual é a estratégia para o recriador ou terminador nesse movimento de alta estruturante? Onde o principal custo de produção dobrou? Há uma tendência de achar que, apesar da alta dos custos, a rentabilidade do produtor foi compensada com o aumento da receita. Isso não é verdade.
O pecuarista que trabalha com recria-engorda vive o pior momento do seu poder de compra. Nunca, em mais de 20 anos de série histórica do Cepea/ESALQ, a situação foi tão ruim. O menor poder de compra foi registrado em maio de 2021. E, ainda que tenha melhorado entre junho, julho e agora em setembro, o valor segue muito ruim.
Com a venda de um boi gordo de 18 arrobas, o pecuarista não é capaz de comprar nem mesmo dois bezerros.
Se você é produtor e está vendo essa análise deve estar pensando: e agora? O que eu faço? Essa situação pode melhorar?
O primeiro ponto a se analisar é que a pecuária passa por uma mudança estrutural. Até quase o final da década de 90, era comum encontrar pecuaristas abatendo animais com 40 meses. Isso foi reduzindo. Hoje abater com mais de 36 meses já deixa de ser comum.
Em Mato Grosso, em 2003, menos de 2% dos animais abatidos tinham menos que 24 meses. Na parcial de 2021, até o mês de julho, animais de até dois anos foram 22% do abate total. Ou seja, para cada quatro animais abatidos, um tem até dois anos de idade, de acordo com dados do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT).
Ou seja, houve um aumento na demanda de bezerros. Portanto, reduções podem ocorrer. Inclusive porque a cria tem aumentado a sua produtividade, dado os bons preços. Porém, comprar três bezerros com a venda de um boi gordo não é mais uma realidade da pecuária brasileira.
A estratégia, como a Neo Agro tem apontado, é tecnologia. Esse mesmo bezerro precisa ter uma performance melhor. Pastagem bem manejada, nutrição adequada, animais de maior potencial genético e, sem dúvida, protocolos sanitários em dia, não são mais opções, são necessidades.
Você sabe qual o momento do ano que compra, em média, um bezerro de maior qualidade? Essa é a próxima análise da Neo Agro.